As mulheres de Avatar


Ontem, meu dia começou com uma grande decepção e terminou com uma esperança.

Li um texto que me deixou revoltada. Este falava do relacionamento entre
homens e mulheres. Começava por afirmar que todos os homens são infiéis. Justificava este comportamento dizendo que as “puladas de cerca”, junto com a realização profissional, são os motivos de satisfação pessoal da ala masculina. Segundo ele, nós encontramos a alegria com a maternidade e com um lar feliz. Devemos nos contentar se tivermos um marido provedor, uma família feliz e, quem sabe, até um emprego para "quebrar" a rotina. Na opinião de quem amontoou este punhado de assertivas machistas, a principal atitude para conseguirmos este “ideal de felicidade” é fazer vistas grossas às traições dos homens. Aceitar isto como parte da natureza.

Fiquei curiosa para saber em que século está a mentalidade do organizador deste monte de “pérolas” do comportamento humano. Entretanto, numa rápida reflexão, conclui que as mulheres
nunca foram tão submissas. Me fizeram pensar assim, exemplos como, Maria Madalena, Helena de Tróia, Joana d’Arc, Marilyn Monroe e, tantas outras, que não tiveram os nomes glorificados, mas, fizeram parte da história.

De tão incomodada com este texto, decide pedir opinião sobre ele ao sexo oposto. Minha cobaia leu atentamente o desencadeador da minha angústia, riu de alguns trechos e, ao final, sentenciou: “
não concordo com nada do que está escrito aqui”. Respirei aliviada. Nem os homens aceitam mais serem vistos como um bando de insensíveis que só pensam em dinheiro, poder e sexo.

À noite, fui ao cinema assistir ao filme “Avatar”. Impressionante! Cenário, fotografia, muito bons. Tudo o que já foi comentado por . Entretanto, o que chamou mais minha atenção foram as mulheres de Avatar. Uma cientista, uma aviadora e uma humanóide. A cientista é quem descobre o segredo que rege o mundo de Pandora, onde o enredo é ambientado, a aviadora pilota o avião no qual os bonzinhos fogem dos maus, a humanóide salva a vida do mocinho, seu par romântico, duas vezes. Assim, o sexo feminino decide o rumo da narrativa.

O que acontece em Avatar, não difere do
cotidiano da vida real. Mulheres estudam, trabalham, são chefes de famílias e de empresas, escolhem seus companheiros, enfim, definem suas próprias histórias.

O cenário descrito pelo autor do texto machista é, gradualmente, restrito ao imaginário de algumas mentes retrógradas. Porém, não posso ser ingênua o suficiente para pensar que as mulheres têm o reconhecimento semelhante ao de Avatar. Mas, dá para sonhar e tentar
conquistar, no dia-a-dia, o mundo. O mundo de Pandora.

Imagem: Creative Commons/Flickr: Torley

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6 comentários:

Titina Cardoso disse...

Dani, adorei seu texto. Realmente, não dá para acreditar que existam pessoas que defendam essas generalizações e divisões quanto aos comportamentos e anseios masculinos e femininos.

Daniela Fonseca disse...

Valeu, Titina. Aos poucos, estes preconceitos serão vencidos.

Fernanda Sousa disse...

Ah adorei seu blog, vi o twitter do blog visitei o site li o post e amei *--*
to começando um blog agora, queria uma forcinha pra me ajudar a divulgar, claro se não for demais :D
bgs e sucesso :)
p.s.: texto super machista, realmente nos mulheres podemos decidir nossa história basta qerermos U_U

Daniela Fonseca disse...

Fernanda Sousa, muito obrigada pelos elogios. Este blog também está começando agora, mas, na medida do possível, eu tento te ajudar.

Jardim das Ideias disse...

Muito bem escrito o seu texto, e com certeza nos faz refletir. O nosso último post está muito ligado ao filme Avatar, em relação ao respeito à natureza e a convivência sustentável. Dá uma olhadinha, se possível: www.jardimdasideias.com.br

Beijos!!

Daniela Fonseca disse...

Muito obrigada, Jardim das Ideias! Realmente, Avatar nos permite várias reflexões sobre temas que permeiam nosso cotidiano. Já visitei o seu blog e gostei muito. Beijos!

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