Grávida !


“Estou grávida!” esta foi a frase que me tirou o chão. Quem a disse foi minha melhor amiga. Amiga, amiga de verdade, daquelas de infância. Eu e ela crescemos juntas. Aprendemos a andar de bicicleta. Ralamos o joelho. Tomamos o primeiro porre. Descobrimos os garotos, "paixonites" de adolescente, causadoras das primeiras decepções amorosas. Cantamos música de dor de cotovelo. É que primeiro amor só serve mesmo para ser o primeiro.

Superada essa fase, chegou a nossa hora de passarmos para o time das casadas. Primeiro ela, alguns meses depois, foi a minha vez de trocar de estado civil. Sim, ela foi madrinha do meu casamento. E eu, do dela. E agora, essa notícia de gravidez.

Fiquei feliz, muito, e, surpresa também. Eu sempre pensei que a maternidade significa amadurecimento. Ficar adulta. Muito mais do que com o casamento. A responsabilidade é muito maior. E, de repente, minha amiga vai ser mãe. Nós, que vivíamos em companhia uma da outra, unidas. Era como se fosse comigo. Um filho é a mudança de geração. Passar o bastão, como dizem os mais velhos. É, ao mesmo tempo, uma pequena morte e um grande renascimento, ensinar à uma pessoa o que você aprendeu ao longo da vida para que ela dê continuidade à sua espécie na Terra. Por tudo isso, é um ato de generosidade suprema. Vem com a certeza de que os anos se passaram. Criar uma criança é ver o tempo passar bem diante de nossos olhos.

Eu me descobri mais velha com essa notícia, não sei se mais madura, não sei se madura o suficiente para ter também meu próprio filho. Mas, envelhecida, com certeza. A minha amiga de infância, mãe! Agora, eu sabia que nossa adolescência e toda boa irresponsabilidade daqueles tempos, nunca mais!

Imagem: Flickr/Creative Commons: Renata Nascimento Abreu

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